INSTITUCIONAL
O Movimento Ocupa Fazenda Engenho Novo é um coletivo que foi criado em 2018 a partir da inquietação de gonçalenses que possuem um sentimento de pertencimento ao patrimônio cultural da Fazenda Engenho Novo em São Gonçalo (RJ) e presenciam o deterioramento deste espaço. O coletivo se identifica como um movimento social negro e educador e tem o objetivo de resgatar a história e preservar o patrimônio material e imaterial da Fazenda Engenho Novo, evidenciando para o poder público e para sociedade civil a importância histórica do espaço, a ausência de políticas públicas nessa região e a necessidade de inclusão social.
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Desde 2019 há um grupo de trabalho que conta com uma dupla-gestão, realizada pela idealizadora do projeto, a assistente social e professora de História, Daniele Gonçalves Fontoura, e pela historiadora Daiana Sousa Santiago. Atualmente completam o grupo de pesquisa os historiadores: Victor da Costa Santos (coordenação de pesquisa); Naila Regina Silva Martins (professora e pesquisadora); Juliana dos Santos Duarte Bernardo (professora e pesquisadora); Lukas Lobo Santos (professor e pesquisador); o assistente social Marcelo Iname Monção; e o morador e militante do Movimento Negro Silvio Henrique de Carvalho. Em parceria com agências de fomento e coletivos organizados, o grupo é responsável por gerir as ações de resgate histórico e ações culturais. Já fizeram parte do grupo as historiadoras Aretha Salles e Rhaiane das Graças Mendonça Leal e o historiador Farlen de Jesus Nogueira.
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A partir da pesquisa de fontes primárias em arquivos e de entrevistas com atuais e ex-moradores da Fazenda e do seu entorno, o coletivo busca contribuir para a implementação da Lei 10639/2003 em São Gonçalo, resgatando a história negra do município e ampliando os estudos sobre as relações étnico raciais, destacando as vozes de pessoas que tiveram suas narrativas silenciadas ou esquecidas ao longo dos anos. O Movimento Ocupa pretende transformar o espaço em local de conhecimento e justiça social destinado aos gonçalenses, promovendo cursos de capacitação e a revitalização do local.
O coletivo também conta com apoios como da Unegro (União de Negros e Negras pela Igualdade); do Projeto Filhos de Dandara; do CEDINE (Conselho Estadual dos Direitos do Negro; da OAB/SG; do Museu Nacional/UFRJ; da Itaboraí Bike Tour; e do CINEBLACK. E além da pesquisa histórica, o coletivo participou e promoveu ações culturais em São Gonçalo, como os “21 Dias de Ativismo Contra o Racismo”, nos anos de 2018 e 2019; o “Café da Manhã, Sarau e Apresentações” no dia 23 de novembro de 2019, em comemoração ao mês da Consciência Negra; o concurso cultural “A História que não vivi” em duas escolas da região, com a premiação ocorrendo na Fazenda em 15 de setembro de 20221; e o evento sociocultural “Pelo Fim das Correntes” em 14 de janeiro de 2023, com apresentações culturais, visita guiada e a oferta dos produtos pelos moradores do Assentamento Rural.